Roncos e Apnéia
O Ronco, é o ruído causado pela vibração do ar durante sua passagem através de estruturas das vias aéreas superiores como a nasofaringe, orofaringe, palato, úvula, amígdalas, adenóide. é um distúrbio que afeta cerca de 1/3 da população adulta. Ao dormir ocorre uma redução do tônus muscular da faringe estreitando essa região. Quando o estreitamento é suficiente para obstruir parcialmente a faringe, o fluxo do ar ocorrerá com dificuldade, provocando a vibração das partes moles da garganta e o consequente ruído. Afeta cerca de 1/3 da população adulto.
A apnéia obstrutiva do sono é um distúrbio do sono, potencialmente grave, também denominada Sindrome da apnéia obstrutiva do sono (SAOS) quando associada a alguns sintomas e comorbidades (outras doenças). É considerada uma evolução do doença do ronco, e é caracterizada pela ocorrência de episódios recorrentes de obstrução parcial ou total das vias aéreas durante o sono. A conseqüência destas obstruções é a redução (hipopnéia) ou interrupção completa (apnéia) do fluxo de ar. Com o esforço respiratório, o indivíduo volta a respirar gerando um ciclo de pausa respiratória e retorno da respiração. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 50% da população brasileira se queixa de qualidade de sono ruim e 33% sofre de apneia do sono.
CAUSAS
A causa tanto do ronco, quanto da SAOS é multifatorial. Podem ser causadas pela interação de fatores anatômicos individuais (tamanho das vias aéreas) com outros fatores como hipotonia da musculatura do palato durante o sono.
São fatores de risco para SAOS:
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obesidade
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retrognatismo (queixo curto)
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sexo masculino
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aumento da circunferência cervical (pescoço gordo)
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idade maior que 50 anos
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obstrução nasal: desvio septal, hipertrofia de cornetos, hipertrofia adenoideana.
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Hipertrofia amigdaliana (amigdalas grandes) ou palato mole longo.
SINTOMAS:
O paciente com ronco ou apnéia obstrutivado sono pode não perceber o problema. Muitos pacientes são conduzidos ao especialista pelo cônjuge ou por pessoas que convivem com ele e percebem o problema.
Alguns sinais e sintomas comuns são:
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Ronco: respiração ruidosa ou barulhenta durante o sono
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Sono não reparador ou seja, o paciente já acorda com a sensação de cansaço ou de que não dormiu suficientemente.
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Episódios de apnéia: paradas momentâneas da respiração durante o sono presenciadas pelo cônjuge ou outra pessoa.
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Noctúria ou seja, o paciente desperta várias vezes durante a noite para urinar sem que haja um problema de ordem urológica
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Distúrbios cognitivos como: dificuldade de memória, concentração e atenção
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Fadiga
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Noctúria ou seja, o paciente desperta várias vezes durante a noite para urinar sem que haja um problema de ordem urológica
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Cefaléia matinal, estes pacientes muitas vezes já acordam com dor de cabeça
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Sonolência Excessiva Diurna (SED): é um sintoma muito importante e freqüente em pacientes com SAHOS.
DIAGNÓSTICO
Polissonografia: é o principal exame para diagnóstico dos distúrbios relacionado ao sono. Realizado durante uma noite inteira, fornece diversos dados que após analisados ajudam no diagnóstico e possível tratamento a ser realizado.
Sonoendoscopia: exame realizado durante um sono induzido pelo anestesista, em que através de uma video endoscopia nasal, é possível visualizar os locais da faringe onde ocorre a obstrução (apneia) e vibração (roncos).
Desta forma procedimentos cirúrgicos e até mesmo aparelhos intra-orais são indicados de forma mais precisa.
TRATAMENTOS
O principal objetivo do tratamento de apneia obstrutiva do sono é manter as vias respiratórias abertas para que a respiração não seja interrompida durante o sono. A escolha do tratamento ideal deve ser realizada sempre junto ao médico especialista, que avaliará a presença de vários fatores, tais como:
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o tipo e intensidade dos sintomas.
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as alterações anatômicas observadas na garganta, nariz e face.
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a gravidade da doença.
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a presença de outros problemas de saúde.
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possíveis contra-indicações a determinados tratamentos.
Procedimento cirúrgico que avança a mandibula e levando consigo a língua. Isso pode levar a um maior espaço para passagem de ar pela faringe e melhora da apnéia ou roncos.
CPAP
É considerado um tratamento padrão e eficiente para a apneia obstrutiva do sono na maioria das pessoas. Indicado para os casos moderados ou graves, consiste no uso do aparelho chamado CPAP (do inglês, Continuous Positive Airway Pressure). O CPAP consiste em um pequeno compressor de ar muito silencioso que se conecta a uma máscara ajustada ao nariz e/ou boca do paciente. Esse aparelho previne a obstrução da garganta durante o sono e reestabelece o sono normal ao indivíduo. Apesar de parecer algo muito desconfortável à primeira vista, o aparelho costuma ser bem tolerado pelos pacientes.
Dispositivos intra-orais
São feitos por dentistas especializados em SAOS e são indicados para os tratamentos de apneias leves ou moderadas. Embora existam vários tipos de dispositivos, a maioria trabalha na mesma filosofia: avanço de mandíbula e língua, que tem como objetivo a abertura do espaço aéreo, afastando dos tecidos da garganta liberando a passagem de ar. De modo geral, o uso dos dispositivos orais convencionais deve prevenir a abertura da boca durante o sono, devem estabilizar a mandíbula, impedindo que ela caia durante a noite, pois caso a boca abra, a língua se posiciona posteriormente, fazendo com que a passagem do ar se estreite e reduza a eficiência dos músculos dilatadores das vias aéreas superiores.
As principais indicações dos aparelhos intra-orais são:
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pacientes com ronco primário;
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pacientes com resistência aumentada da via aérea e SAOS leve;
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casos de SAOS moderada ou grave quando houve intolerância ou recusa ao uso de CPAP;
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na contra-indicação cirúrgica;
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como terapia substitutiva de curta duração.
Tratamentos cirúrgicos:
O Tratamento cirúrgico visa melhorar o fluxo aéreo nas vias aéreas superiores (nariz e faringe). Cirurgias nasais como septoplastia e turbinectomia, são indicadas nos pacientes com queixa de obstrução nasal ou com alteração anatômica acentuada (desvio de septo, hipertrofias de cornetos, hipertrofia adenoamigdaliana).
Os procedimentos cirúrgicos especializados para a SAOS no adulto compreendem basicamente 2 grupos:
- aqueles que modificam os tecidos moles da orofaringe: Adenoamigdalectomia, uvulopalatofaringoplastia, faringoplastia lateral, uvulopalatoplastia por laser (LAUP), glossectomia, avanço do músculo genioglosso.
- aqueles que abordam o esqueleto facial: hióidopexia, mandibulectomia com reposicionamento do genioglosso, avanço maxilo-mandibular.
Cada um dos tratamentos acima possui indicações e contra-indicações específicas e individualizadas para cada paciente. A decisão quanto ao tratamento ideal para cada caso deverá ser realizada junto ao médico especialista. Abaixo descrevemos um breve resumo de cada tratamento:
Fonoterapia
Uma nova opção de tratamento para a SAOS é a terapia fonoaudiológica que vem demonstrando resultados satisfatórios, melhorando significativamente os sintomas iniciais e proporcionando uma qualidade de vida. Em pacientes portadores de SAOS, nota-se uma melhora no número de paradas respiratórias, bem como uma diminuição do ronco e da sonolência diurna O enfoque do tratamento fonoaudiológico é a mioterapia dos músculos envolvidos, priorizando o fortalecimento da musculatura palatal que se encontra enfraquecida.
Uvulopalatofaringoplastia
Antes da cirurgia:
Hipertrofia de amigdala causam obstrução da via áerea superior.
Pós operatório:
Hipertrofia de amigdala causam obstrução da via áerea superior.
Cicatrização leva em média de duas a quatro semanas para uma completa recuperação
Resultado final:
melhora importante da passagem de ar.
Cirurgia Ortognática
Medidas gerais
Em casos de ronco leve, ocasional ou apnéia leve, algumas medidas gerais podem ajudar:
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dormir de lado
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perder peso
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evitar uso de álcool
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pevitar uso de tranquilizantes ou relaxantes musculares.